quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

TERÇO DE CANÁ

  • É a meditação partilhada do Evangelho das Bodas de Caná;        (Jo 2,1-11)
  • Meditamos esse Evangelho através de cinco momentos de reflexão, rezando-se 1 Pai-Nosso, 6 Ave-Marias e 1 Glória ao Pai após cada momento partilhado;

  • Na Ave-Maria sempre acrescentamos ao nome de Jesus o atributo “misericordioso”;
  • Cada Ave-Maria representa uma talha e o Glória ao Pai é nosso louvor a Deus pelas graças alcançadas por intercessão de Nossa Senhora de Caná;
  • Também rezamos as seguintes jaculatórias: Nossa Senhora de Caná, rogai por nós que sempre precisamos de Vós / Jesus Misericordioso, eu confio em Vós!
  • Ao final do terço, saudamos à Virgem Maria com uma Salve Rainha e rezamos a Oração de Nossa Senhora de Caná.


1ª Momento: A presença de Maria e Jesus na festa (Jo 2,1-2) 
Acolhemos a presença de Jesus e Maria meditando na gratuidade do Amor de Deus que vem até nós através de Jesus Cristo. Ele nos visita juntamente com sua mãe e nos anuncia seu plano de salvação e resgate para todas as famílias. Louvamos e agradecemos a Deus pela oportunidade de estarmos reunidos em seu nome.

2ª Momento: A falta do vinho (Jo 2,3-4) 
Partilhamos a respeito das diversas necessidades e provações que a família passa nos dias de hoje. A falta do vinho pode significar a falta do amor, do perdão, do diálogo, dificuldades materiais, doenças e tudo mais que possa acarretar o fim da festa. Somos encorajados a entregar nossas vidas nas mãos de Jesus Misericordioso e a confiarmos Nele.

3ª Momento: A intervenção de Maria: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5)
 Invocamos Maria Santíssima sob o título de Nossa Senhora de Caná, ela é nossa mãe e intercessora, que tudo observa e que verdadeiramente cuida de nós. Somos convidados a seguir de maneira concreta seu conselho de fazer tudo o que Jesus nos disser, escutando sua voz e retomando o caminho da conversão pessoal e familiar.

4ª Momento: O milagre da transformação da água em vinho (Jo 2,6-8)
 Meditamos sobre a pedagogia divina desse milagre, pela qual Jesus pede aos serventes que encham as talhas de água. Encher as talhas é a condição ao milagre; ofertar nossas águas, nosso esforço pessoal é a matéria-prima para que Jesus Misericordioso transforme nossas vidas e as realidades pelas quais intercedemos.

5ª Momento: O vinho melhor e a continuação da festa (Jo 2,9-11) 
O Senhor nos oferece um vinho melhor, uma nova experiência de convivência familiar. O vinho é alusão na Bíblia da alegria e da presença do Espírito Santo. Esse vinho é a graça que Deus nos dá para retirarmos um bem maior dos males que enfrentamos. A família é a festa que não pode acabar, por isso pedimos a Deus a graça da efusão de seu Amor.





quinta-feira, 22 de novembro de 2012

"PROFETIZA O MEU AMOR"


Segue abaixo alguns trechos da pregação de MATTEO CALISI no Congresso de Novas Comunidades na Canção Nova no dia 10/11/2012. Matteo Calisi é presidente da Fraternidade Católica de Comunidades, associação internacional da RCC, membro do Pontifício Conselho dos Leigos.


"As Novas Comunidades não são um recinto onde cada um cultiva as suas próprias ovelhas para afirmar o próprio carisma e autorreferenciá-lo, para ostentar os seus organizados ministérios. (...) Essas comunidades novas que o Pai suscita na Igreja de Deus nada mais são do que uma antecipação das bem-aventuranças que um dia viveremos. Ele está nos preparando para vivermos juntos um dia no Céu. Na realidade essa é uma preparação para vivermos a dimensão comunitária no Céu".

"Podemos entender ou não entender muitas coisas teológicas, mas amar nós sabemos o que significa! E Deus nos chamou finalmente a amar. Todos os carismas são adequados e úteis na Igreja, mas no capítulo 13 da Carta de São Paulo aos Coríntios diz que todos esses carismas vão desparecer: profecia, línguas; hoje podemos dizer: novas comunidades, as fundações, os grupos de oração, mas o que vai permanecer é a caridade".

"Vamos semear o amor, vamos semear a comunhão! E para fazer isso nós precisamos nos empenhar em eliminar qualquer forma de barreira, de ressentimento, de rancor, de ciúmes, de competição. Quem nasceu do Espírito foi crucificado junto com Cristo. Quem pertence a uma nova comunidade não vive mais para si mesmo, não vive mais na carne, foi crucificado sobre o lenho da Cruz. E agora não pode fazer outra coisa a não ser prolongar esse amor. Vocês querem prolongar o amor de Cristo? Vocês querem que as comunidades de vocês sejam as melhores? Temos que competir no amor!"



Ao final da pregação, houve um intenso momento de oração conduzido pelo Alexandre Bastos, fundador da Comunidade Pequeno Rebanho. Ele partilhou a visualização de um rosto humano com uma mordaça e a mão chagada de Jesus Cristo retirando essa mordaça e dizendo: PROFETIZA O MEU AMOR! Disse-nos ainda o Alexandre que "deixamos de ser profetas do amor para sermos profetas de nossas comunidades" e que o Senhor nos concedia uma "nova forma de proclamar o amor entre nós". O momento de oração terminou com cada um dizendo para seu irmão: "Você é profeta do Amor para a honra e glória do Senhor Jesus".



segunda-feira, 19 de novembro de 2012

MENSAGEM DE BENTO XVI PARA JMJ RIO 2013


"Ide e fazei discípulos entre as nações!" (cf. Mt 28,19)


Queridos jovens,


Desejo fazer chegar a todos vós minha saudação cheia de alegria e afeto. Tenho a certeza que muitos de vós regressastes a casa da Jornada Mundial da Juventude em Madrid mais «enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» (cf. Col 2,7). Este ano, inspirados pelo tema: «Alegrai-vos sempre no Senhor» (Fil 4,4) celebramos a alegria de ser cristãos nas várias Dioceses. E agora estamo-nos preparando para a próxima Jornada Mundial, que será celebrada no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 2013. 

Desejo, em primeiro lugar, renovar a vós o convite para participardes nesse importante evento. A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre àquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e sereis as testemunhas de que o mundo precisa.



Convido a vos preparardes para a Jornada Mundial do Rio de Janeiro, meditando desde já sobre o tema do encontro: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28,19). Trata-se da grande exortação missionária que Cristo deixou para toda a Igreja e que permanece atual ainda hoje, dois mil anos depois. Agora este mandato deve ressoar fortemente em vosso coração. O ano de preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à «nova evangelização para a transmissão da fé cristã». Por isso me alegro que também vós, queridos jovens, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso que podeis fazer aos outros.



1. Uma chamada urgente

A história mostra-nos muitos jovens que, através do dom generoso de si mesmos, contribuíram grandemente para o Reino de Deus e para o desenvolvimento deste mundo, anunciando o Evangelho. Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia. Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo. Mas penso também em tantos de vós que se dedicam generosamente à missão da Igreja: disto mesmo tive um testemunho surpreendente na Jornada Mundial de Madri, em particular na reunião com os voluntários.

Hoje, não poucos jovens duvidam profundamente que a vida seja um bem, e não veem com clareza o próprio caminho. De um modo geral, diante das dificuldades do mundo contemporâneo, muitos se perguntam: E eu, que posso fazer? A luz da fé ilumina esta escuridão, nos fazendo compreender que toda existência tem um valor inestimável, porque é fruto do amor de Deus. Ele ama mesmo quem se distanciou ou esqueceu d’Ele: tem paciência e espera; mais que isso, deu o seu Filho, morto e ressuscitado, para nos libertar radicalmente do mal. E Cristo enviou os seus discípulos para levar a todos os povos este alegre anúncio de salvação e de vida nova.
A Igreja, para continuar esta missão de evangelização, conta também convosco. Queridos jovens, vós sois os primeiros missionários no meio dos jovens da vossa idade! No final do Concílio Ecumênico Vaticano II, cujo cinquentenário celebramos neste ano, o Servo de Deus Paulo VI entregou aos jovens e às jovens do mundo inteiro uma Mensagem que começava com estas palavras: «É a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer dirigir a sua última mensagem, pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela». E concluía com um apelo: «Construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados!» (Mensagem aos jovens, 8 de dezembro de 1965).
Queridos amigos, este convite é extremamente atual. Estamos passando por um período histórico muito particular: o progresso técnico nos deu oportunidades inéditas de interação entre os homens e entre os povos, mas a globalização destas relações só será positiva e fará crescer o mundo em humanidade se estiver fundada não sobre o materialismo mas sobre o amor, a única realidade capaz de encher o coração de cada um e unir as pessoas. Deus é amor. O homem que esquece Deus fica sem esperança e se torna incapaz de amar seu semelhante. Por isso é urgente testemunhar a presença de Deus para que todos possam experimentá-la: está em jogo a salvação da humanidade, a salvação de cada um de nós. Qualquer pessoa que entenda essa necessidade, não poderá deixar de exclamar com São Paulo: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho» (1 Cor 9,16).



2. Tornai-vos discípulos de Cristo

Esta chamada missionária vos é dirigida também por outro motivo: é necessário para o nosso caminho de fé pessoal. O Beato João Paulo II escrevia: «É dando a fé que ela se fortalece» (Encíclica Redemptoris missio, 2). Ao anunciar o Evangelho, vós mesmos cresceis em um enraizamento cada vez mais profundo em Cristo, vos tornais cristãos maduros. O compromisso missionário é uma dimensão essencial da fé: não se crê verdadeiramente, se não se evangeliza. E o anúncio do Evangelho não pode ser senão consequência da alegria de ter encontrado Cristo e ter descoberto n’Ele a rocha sobre a qual construir a própria existência. Comprometendo-vos no serviço aos demais e no anúncio do Evangelho, a vossa vida, muitas vezes fragmentada entre tantas atividades diversas, encontrará no Senhor a sua unidade; construir-vos-eis também a vós mesmos; crescereis e amadurecereis em humanidade.

Mas, que significa ser missionário? Significa acima de tudo ser discípulo de Cristo e ouvir sem cessar o convite a segui-Lo, o convite a fixar o olhar n’Ele: «Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). O discípulo, de fato, é uma pessoa que se põe à escuta da Palavra de Jesus (cf. Lc 10,39), a quem reconhece como o Mestre que nos amou até o dom de sua vida. Trata-se, portanto, de cada um de vós deixar-se plasmar diariamente pela Palavra de Deus: ela vos transformará em amigos do Senhor Jesus, capazes de fazer outros jovens entrar nesta mesma amizade com Ele.
Aconselho-vos a guardar na memória os dons recebidos de Deus, para poder transmiti-los ao vosso redor. Aprendei a reler a vossa história pessoal, tomai consciência também do maravilhoso legado recebido das gerações que vos precederam: tantos cristãos nos transmitiram a fé com coragem, enfrentando obstáculos e incompreensões. Não o esqueçamos jamais! Fazemos parte de uma longa cadeia de homens e mulheres que nos transmitiram a verdade da fé e contam conosco para que outros a recebam. Ser missionário pressupõe o conhecimento deste patrimônio recebido que é a fé da Igreja: é necessário conhecer aquilo em que se crê, para podê-lo anunciar. Como escrevi na introdução do YouCat, o Catecismo para jovens que vos entreguei no Encontro Mundial de Madri, «tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em informática domina o sistema operacional de um computador. Tendes de compreendê-la como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação» (Prefácio).



3. Ide!

Jesus enviou os seus discípulos em missão com este mandato: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo» (Mc 16,15-16). Evangelizar significa levar aos outros a Boa Nova da salvação, e esta Boa Nova é uma pessoa: Jesus Cristo. Quando O encontro, quando descubro até que ponto sou amado por Deus e salvo por Ele, nasce em mim não apenas o desejo, mas a necessidade de fazê-lo conhecido pelos demais. No início do Evangelho de João, vemos como André, depois de ter encontrado Jesus, se apressa em conduzir a Ele seu irmão Simão (cf. 1,40-42). A evangelização sempre parte do encontro com o Senhor Jesus: quem se aproximou d’Ele e experimentou o seu amor, quer logo partilhar a beleza desse encontro e a alegria que nasce dessa amizade. Quanto mais conhecemos a Cristo, tanto mais queremos anunciá-lo. Quanto mais falamos com Ele, tanto mais queremos falar d’Ele. Quanto mais somos conquistados por Ele, tanto mais desejamos levar outras pessoas para Ele.

Pelo Batismo, que nos gera para a vida nova, o Espírito Santo vem habitar em nós e inflama a nossa mente e o nosso coração: é Ele que nos guia para conhecer a Deus e entrar em uma amizade sempre mais profunda com Cristo. É o Espírito que nos impulsiona a fazer o bem, servindo os outros com o dom de nós mesmos. Depois, através do sacramento da Confirmação, somos fortalecidos pelos seus dons, para testemunhar de modo sempre mais maduro o Evangelho. Assim, o Espírito de amor é a alma da missão: Ele nos impele a sair de nós mesmos para «ir» e evangelizar. Queridos jovens, deixai-vos conduzir pela força do amor de Deus, deixai que este amor vença a tendência de fechar-se no próprio mundo, nos próprios problemas, nos próprios hábitos; tende a coragem de «sair» de vós mesmos para «ir» ao encontro dos outros e guiá-los ao encontro de Deus.


4. Alcançai todos os povos

Cristo ressuscitado enviou os seus discípulos para dar testemunho de sua presença salvífica a todos os povos, porque Deus, no seu amor superabundante, quer que todos sejam salvos e ninguém se perca. Com o sacrifício de amor na Cruz, Jesus abriu o caminho para que todo homem e toda mulher possa conhecer a Deus e entrar em comunhão de amor com Ele. E constituiu uma comunidade de discípulos para levar o anúncio salvífico do Evangelho até os confins da terra, a fim de alcançar os homens e as mulheres de todos os lugares e de todos os tempos. Façamos nosso esse desejo de Deus!

Queridos amigos, estendei o olhar e vede ao vosso redor: tantos jovens perderam o sentido da sua existência. Ide! Cristo precisa de também de vós. Deixai-vos envolver pelo seu amor, sede instrumentos desse amor imenso, para que alcance a todos, especialmente aos «afastados». Alguns encontram-se geograficamente distantes, enquanto outros estão longe porque a sua cultura não dá espaço para Deus; alguns ainda não acolheram o Evangelho pessoalmente, enquanto outros, apesar de o terem recebido, vivem como se Deus não existisse. A todos abramos a porta do nosso coração; procuremos entrar em diálogo com simplicidade e respeito: este diálogo, se vivido com uma amizade verdadeira, dará seus frutos. Os «povos», aos quais somos enviados, não são apenas os outros Países do mundo, mas também os diversos âmbitos de vida: as famílias, os bairros, os ambientes de estudo ou de trabalho, os grupos de amigos e os locais de lazer. O jubiloso anúncio do Evangelho se destina a todos os âmbitos da nossa vida, sem exceção.
Gostaria de destacar dois campos, nos quais deve fazer-se ainda mais solícito o vosso empenho missionário. O primeiro é o das comunicações sociais, em particular o mundo da internet. Como tive já oportunidade de dizer-vos, queridos jovens, «senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida! [...] A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste “continente digital”» (Mensagem para o XLIII Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24 de maio de 2009). Aprendei, portanto, a usar com sabedoria este meio, levando em conta também os perigos que ele traz consigo, particularmente o risco da dependência, de confundir o mundo real com o virtual, de substituir o encontro e o diálogo direto com as pessoas por contatos na rede.
O segundo campo é o da mobilidade. Hoje são sempre mais numerosos os jovens que viajam, seja por motivos de estudo ou de trabalho, seja por diversão. Mas penso também em todos os movimentos migratórios, que levam milhões de pessoas, frequentemente jovens, a se transferir e mudar de Região ou País, por razões econômicas ou sociais. Também estes fenômenos podem se tornar ocasiões providenciais para a difusão do Evangelho. Queridos jovens, não tenhais medo de testemunhar a vossa fé também nesses contextos: para aqueles com quem vos deparareis, é um dom precioso a comunicação da alegria do encontro com Cristo. 



5. Fazei discípulos!

Penso que já várias vezes experimentastes a dificuldade de envolver os jovens da vossa idade na experiência da fé. Frequentemente tereis constatado que em muitos deles, especialmente em certas fases do caminho da vida, existe o desejo de conhecer a Cristo e viver os valores do Evangelho, mas tal desejo é acompanhado pela sensação de ser inadequados e incapazes. Que fazer? Em primeiro lugar, a vossa solicitude e a simplicidade do vosso testemunho serão um canal através do qual Deus poderá tocar seu coração. O anúncio de Cristo não passa somente através das palavras, mas deve envolver toda a vida e traduzir-se em gestos de amor. A ação de evangelizar nasce do amor que Cristo infundiu em nós; por isso, o nosso amor deve conformar-se sempre mais ao d’Ele. Como o bom Samaritano, devemos manter-nos solidários com quem encontramos, sabendo escutar, compreender e ajudar, para conduzir, quem procura a verdade e o sentido da vida, à casa de Deus que é a Igreja, onde há esperança e salvação (cf. Lc 10,29-37). Queridos amigos, nunca esqueçais que o primeiro ato de amor que podeis fazer ao próximo é partilhar a fonte da nossa esperança: quem não dá Deus, dá muito pouco. Aos seus apóstolos, Jesus ordena: «Fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei» (Mt 28,19-20). Os meios que temos para «fazer discípulos» são principalmente o Batismo e a catequese. Isto significa que devemos conduzir as pessoas que estamos evangelizando ao encontro com Cristo vivo, particularmente na sua Palavra e nos Sacramentos: assim poderão crer n’Ele, conhecerão a Deus e viverão da sua graça. Gostaria que cada um de vós se perguntasse: Alguma vez tive a coragem de propor o Batismo a jovens que ainda não o receberam? Convidei alguém a seguir um caminho de descoberta da fé cristã? Queridos amigos, não tenhais medo de propor aos jovens da vossa idade o encontro com Cristo. Invocai o Espírito Santo: Ele vos guiará para entrardes sempre mais no conhecimento e no amor de Cristo, e vos tornará criativos na transmissão do Evangelho. 



6. Firmes na fé

Diante das dificuldades na missão de evangelizar, às vezes sereis tentados a dizer como o profeta Jeremias: «Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo». Mas, também a vós, Deus responde: «Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás» (Jr 1,6-7). Quando vos sentirdes inadequados, incapazes e frágeis para anunciar e testemunhar a fé, não tenhais medo. A evangelização não é uma iniciativa nossa nem depende primariamente dos nossos talentos, mas é uma resposta confiante e obediente à chamada de Deus, e portanto não se baseia sobre a nossa força, mas na d’Ele. Isso mesmo experimentou o apóstolo Paulo: «Trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós» (2 Cor 4,7).

Por isso convido-vos a enraizar-vos na oração e nos sacramentos. A evangelização autêntica nasce sempre da oração e é sustentada por esta: para poder falar de Deus, devemos primeiro falar com Deus. E, na oração, confiamos ao Senhor as pessoas às quais somos enviados, suplicando-Lhe que toque o seu coração; pedimos ao Espírito Santo que nos torne seus instrumentos para a salvação dessas pessoas; pedimos a Cristo que coloque as palavras nos nossos lábios e faça de nós sinais do seu amor. E, de modo mais geral, rezamos pela missão de toda a Igreja, de acordo com a ordem explícita de Jesus: «Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!» (Mt 9,38). Sabei encontrar na Eucaristia a fonte da vossa vida de fé e do vosso testemunho cristão, participando com fidelidade na Missa ao domingo e sempre que possível também durante a semana. Recorrei frequentemente ao sacramento da Reconciliação: é um encontro precioso com a misericórdia de Deus que nos acolhe, perdoa e renova os nossos corações na caridade. E, se ainda não o recebestes, não hesiteis em receber o sacramento da Confirmação ou Crisma preparando-vos com cuidado e solicitude. Junto com a Eucaristia, esse é o sacramento da missão, porque nos dá a força e o amor do Espírito Santo para professar sem medo a fé. Encorajo-vos ainda à prática da adoração eucarística: permanecer à escuta e em diálogo com Jesus presente no Santíssimo Sacramento, torna-se ponto de partida para um renovado impulso missionário.
Se seguirdes este caminho, o próprio Cristo vos dará a capacidade de ser plenamente fiéis à sua Palavra e de testemunhá-Lo com lealdade e coragem. Algumas vezes sereis chamados a dar provas de perseverança, particularmente quando a Palavra de Deus suscitar reservas ou oposições. Em certas regiões do mundo, alguns de vós sofrem por não poder testemunhar publicamente a fé em Cristo, por falta de liberdade religiosa. E há quem já tenha pagado com a vida o preço da própria pertença à Igreja. Encorajo-vos a permanecer firmes na fé, certos de que Cristo está ao vosso lado em todas as provas. Ele vos repete: «Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus» (Mt 5,11-12).



7. Com toda a Igreja

Queridos jovens, para permanecer firmes na confissão da fé cristã nos vários lugares onde sois enviados, precisais da Igreja. Ninguém pode ser testemunha do Evangelho sozinho. Jesus enviou em missão os seus discípulos juntos: o mandato «fazei discípulos» é formulado no plural. Assim, é sempre como membros da comunidade cristã que prestamos o nosso testemunho, e a nossa missão torna-se fecunda pela comunhão que vivemos na Igreja: seremos reconhecidos como discípulos de Cristo pela unidade e o amor que tivermos uns com os outros (cf. Jo 13,35). Agradeço ao Senhor pela preciosa obra de evangelização que realizam as nossas comunidades cristãs, as nossas paróquias, os nossos movimentos eclesiais. Os frutos desta evangelização pertencem a toda a Igreja: «um é o que semeia e outro o que colhe», dizia Jesus (Jo 4,37).

A propósito, não posso deixar de dar graças pelo grande dom dos missionários, que dedicam toda a sua vida ao anúncio do Evangelho até os confins da terra. Do mesmo modo bendigo o Senhor pelos sacerdotes e os consagrados, que ofertam inteiramente as suas vidas para que Jesus Cristo seja anunciado e amado. Desejo aqui encorajar os jovens chamados por Deus a alguma dessas vocações, para que se comprometam com entusiasmo: «Há mais alegria em dar do que em receber!» (At 20,35). Àqueles que deixam tudo para segui-Lo, Jesus prometeu o cêntuplo e a vida eterna (cf. Mt 19,29).
Dou graças também por todos os fiéis leigos que se empenham por viver o seu dia-a-dia como missão, nos diversos lugares onde se encontram, tanto em família como no trabalho, para que Cristo seja amado e cresça o Reino de Deus. Penso particularmente em quantos atuam no campo da educação, da saúde, do mundo empresarial, da política e da economia, e em tantos outros âmbitos do apostolado dos leigos. Cristo precisa do vosso empenho e do vosso testemunho. Que nada – nem as dificuldades, nem as incompreensões – vos faça renunciar a levar o Evangelho de Cristo aos lugares onde vos encontrais: cada um de vós é precioso no grande mosaico da evangelização!



8. "Aqui estou, Senhor!"

Em suma, queridos jovens, queria vos convidar a escutar no íntimo de vós mesmos a chamada de Jesus para anunciar o seu Evangelho. Como mostra a grande estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o seu coração está aberto para amar a todos sem distinção, e seus braços estendidos para alcançar a cada um. Sede vós o coração e os braços de Jesus. Ide testemunhar o seu amor, sede os novos missionários animados pelo seu amor e acolhimento. Segui o exemplo dos grandes missionários da Igreja, como São Francisco Xavier e muitos outros.

No final da Jornada Mundial da Juventude em Madrid, dei a bênção a alguns jovens de diferentes continentes que partiam em missão. Representavam a multidão de jovens que, fazendo eco às palavras do profeta Isaías, diziam ao Senhor: «Aqui estou! Envia-me» (Is 6,8). A Igreja tem confiança em vós e vos está profundamente grata pela alegria e o dinamismo que trazeis: usai os vossos talentos generosamente ao serviço do anúncio do Evangelho. Sabemos que o Espírito Santo se dá a quantos, com humildade de coração, se tornam disponíveis para tal anúncio. E não tenhais medo! Jesus, Salvador do mundo, está conosco todos os dias, até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20).
Dirigido aos jovens de toda a terra, este apelo assume uma importância particular para vós, queridos jovens da América Latina. De fato, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Aparecida, no ano de 2007, os bispos lançaram uma «missão continental». E os jovens, que constituem a maioria da população naquele continente, representam uma força importante e preciosa para a Igreja e para a sociedade. Por isso sede vós os primeiros missionários. Agora que a Jornada Mundial da Juventude retorna à América Latina, exorto todos os jovens do continente: transmiti aos vossos coetâneos do mundo inteiro o entusiasmo da vossa fé.
A Virgem Maria, Estrela da Nova Evangelização, também invocada sob os títulos de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Guadalupe, acompanhe cada um de vós em vossa missão de testemunhas do amor de Deus. A todos, com especial carinho, concedo a minha Bênção Apostólica.

Vaticano, 18 de outubro de 2012

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

NOVA SEDE DA COMUNIDADE

É com imensa alegria e louvor a Deus que anunciamos que ontem (31/10/2012) assinamos o contrato de locação do imóvel onde funcionará a nova sede da Comunidade Católica Servos de Caná. Será na Praça Tobá nº 52 - Vila da Penha no Rio de Janeiro/RJ, próximo à casa de shows Olimpo. Pela fé, já agendamos a data da inauguração: 06/01/2013 (Dia de Nossa Senhora de Caná). Em homenagem ao Beato João Paulo II, nosso patrono, a sede se chamará CENTRO DE EVANGELIZAÇÃO TOTUS TUUS.

Nesses próximos 2 meses, vamos precisar de toda a ajuda possível para prepararmos a inauguração da nova sede. Começamos hoje uma CAMPANHA para aumentar o número de BENFEITORES da Comunidade, já com os novos carnês de contribuição (2012/2013). Também abrimos uma conta poupança (0544.013.40-0) em nome das responsáveis pela Associação (Alexandra e Thagata). Através dessa conta, os irmãos de longe e de perto poderão nos ajudar com doações.

Estamos muito felizes com esse novo momento de nossa caminhada. Agradecemos muito a Deus pelo acolhimento recebido da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro na pessoa de D. Roberto Lopes e também pelo carinho dos irmãos de outras comunidades aqui do Rio de Janeiro, em especial da Comunidade Pequeno Rebanho. 

A missão realizada no Parque Everest em Del Castilho foi um divisor de águas em nossa vocação missionária. Trazendo a sede para o Rio de Janeiro, pretendemos visitar outras periferias que estão sendo pacificadas para anunciar a essas famílias a Palavra de Deus. Mas tudo isso depende de você e de cada um de nós!

Não podemos deixar de agradecer imensamente à Arquidiocese de Niterói pelos 3 anos que a Comunidade esteve sediada em Saquarema. Não podemos nos esquecer das palavras de incentivo de nosso querido Dom Alano, hoje bispo emérito de Niterói. Pedimos a Nossa Senhora de Caná que desperte no coração de muitos o desejo de se tornarem SERVOS DE CANÁ. Que possam surgir muitas vocações e que a graça da Efusão de Amor seja abundantemente derramada sobre nós e nossas famílias.

Vinícius e Fabiana Paiva
Casal Fundador
Comunidade Católica Servos de Caná


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

3 ANOS DO PROJETO MISSIONÁRIO BODAS DE CANÁ


No dia 25/10/2009, há 3 anos atrás tinha início o Projeto Missionário Bodas de Caná. Era final do Curso da Crisma na Paróquia Santo Antônio de Bacaxá e como última atividade do Curso, propusemos aos crismandos visitarem as casas de uma localidade chamada Mombaça para rezar com essas famílias o TERÇO DE CANÁ, que é a meditação e partilha do Evangelho das Bodas de Caná (Jo 2,1-11). Esse projeto, que estava escrito desde 2007 por ocasião da Conferência de Aparecida, trazia em si a semente daquilo que conhecemos hoje como CARISMA BODAS DE CANÁ. Foram 3 anos de muitas missões e vida fraterna. Dessa experiência nasceu a Comunidade Católica Servos de Caná, que tanto tem nos ajudado nesse caminho de vida e santidade. Deus tem muito mais reservado para aqueles que tem a vocação de SERVO DE CANÁ. Vivemos um momento importante em nossa caminhada na Igreja. A missão na comunidade Parque Everest no Rio de Janeiro marcou uma nova fase de nossa história. Este dia 25/10/2012 é para celebrarmos e louvarmos a Deus por ter transbordado em nós a graça do vinho melhor, que é seu Amor. Agradecemos também à Virgem de Caná, por ter nos sustentado com sua intercessão de Mãe.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

SEJA VOLUNTÁRIO NA MISSÃO PARQUE EVEREST

No próximo mês de setembro, a Comunidade Servos de Caná estará em missão no Parque Everest, comunidade vizinha ao Complexo do Alemão.

De Saquarema virão 15 missionários da Comunidade para visitar as casas nos domingos 16/09, 23/09 e 30/09. Após definirmos o número de missionários, estamos agora a procura de VOLUNTÁRIOS para formar duplas com os servos da Comunidade. Esses voluntários acompanharão as visitas como "ouvintes". Será uma ótima oportunidade para conhecerem o carisma da Comunidade e fazerem uma concreta experiência missionária.


















Contamos com sua ajuda. Precisamos de voluntários para que possamos visitar o maior número possível de famílias. Mande um e-mail para comunidade@servosdecana.org dizendo em qual domingo (16/09 - 23/09 - 30/09) você pode ajudar como voluntário. Também precisamos de sua oração! Os servos da Comunidade que ficarão responsáveis pela missão estarão em retiro nos dia 7 e 8 de setembro e farão a pré-missão no dia 09/09. Os voluntários não participarão desse retiro, mas estarão unidos em oração conosco.

Se Deus te chama, vem!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

MISSÃO NO PARQUE EVEREST

No mês de setembro realizaremos missão na comunidade do Parque Everest no bairro de Del Castilho no Rio de Janeiro/RJ. A região é também conhecida como "comunidade da skol" em função da antiga fábrica de cervejaria que funcionava no local e que foi ocupada por famílias carentes. Essa favela é limítrofe ao Complexo do Alemão, recentemente pacificado. 


A comunidade faz parte do território da Paróquia Nossa Senhora das Dores em Del Castilho. Não existe capela e o pároco (Pe. Luciano Miron) começou a celebrar missas na comunidade, batizando-a como Comunidade João Paulo II. É uma realidade muito desafiadora dada a realidade social da região. Está prevista a implantação do PAC, como ocorreu nas comunidades vizinhas, mas as famílias ainda aguardam a urbanização da área.

Para nós, da Comunidade Servos de Caná, trata-se de uma nova experiência missionária, pois sempre realizamos missões nas periferias rurais de Bacaxá e Saquarema e será a primeira vez que realizaremos nosso trabalho missionário numa periferia urbana. Além de pedir sua oração, queremos pedir sua ajuda e sua participação. Além dos missionários da Comunidade, esperamos conseguir voluntários no Rio para nos ajudarem nessa obra de evangelização. 


Veja abaixo o cronograma da Missão:

07 e 08/09 - Retiro de Preparação no Rio de Janeiro
Aproveitaremos o feriado nacional e o sábado para fazermos um retiro de preparação para a Missão. Acontecerá no Rio de Janeiro e será uma oportunidade para que os voluntários, que farão a missão pela primeira vez, sejam preparados e interajam com os missionários da comunidade.

09/09 - Missa de Envio e Pré-Missão
Haverá o envio dos missionários às 9h na Paróquia Nossa Senhora das Dores e nesse domingo visitaremos a comunidade do Parque Everest para conhecer a região e os moradores. Faremos as inscrições das famílias que desejem receber a Visita Missionária.

16/09  -  23/09  -  30/09  - Visitas Missionárias
Nesses três domingos, os missionários visitarão as casas inscritas e outras que surgirem. Nosso objetivo será de contribuir para o fortalecimento de um núcleo comunitário católico.

30/09 - Missa de Encerramento
Todas as casas visitadas e todos os moradores serão convidados para a Missa de Encerramento, que será celebrada na comunidade do Parque Everest.

Se você sente no seu coração o chamado de Deus, venha fazer conosco essa experiência missionária. A Comunidade arcará com os custos de transporte e a paróquia local acolherá os missionários que precisarem dormir do sábado para o domingo. Se você não puder participar de todos os dias da Missão, participe conforme sua disponibilidade. Ofereça um pouco daquilo que você recebeu de Deus.

Maiores informações: comunidade@servosdecana.org


Em Cristo,

Vinícius Paiva
Comunidade Católica Servos de Caná



segunda-feira, 16 de julho de 2012

ORAÇÃO DA JMJ 2013


Ó Pai, enviaste o Teu Filho Eterno para salvar o mundo e escolheste homens e mulheres para que, por Ele, com Ele e nEle, proclamassem a Boa-Nova a todas as nações. Concede as graças necessárias para que brilhe no rosto de todos os jovens a alegria de serem, pela força do Espírito, os evangelizadores de que a Igreja precisa no Terceiro Milênio.
Ó Cristo, Redentor da humanidade, Tua imagem de braços abertos no alto do Corcovado acolhe todos os povos. Em Tua oferta pascal, nos conduziste pelo Espírito Santo ao encontro filial com o Pai. Os jovens, que se alimentam da Eucaristia, Te ouvem na Palavra e Te encontram no irmão, necessitam de Tua infinita misericórdia para percorrer os caminhos do mundo como discípulos-missionários da nova evangelização.
Ó Espírito Santo, Amor do Pai e do Filho, com o esplendor da Tua Verdade e com o fogo do Teu Amor, envia Tua Luz sobre todos os jovens para que, impulsionados pela Jornada Mundial da Juventude, levem aos quatro cantos do mundo a fé, a esperança e a caridade, tornando-se grandes construtores da cultura da vida e da paz e os protagonistas de um mundo novo.
 Amém!

terça-feira, 10 de julho de 2012

BEBIDA ALCOÓLICA & FESTA DE IGREJA


Revista: "PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
D. Estevão Bettencourt, Osb
Nº 531, Ano 2006, p. 429

Em síntese: Como bispo de Joinville, D. Orlando Brandes condena o uso de bebidas alcoólicas nas festas de igreja. Firma sua posição sobre doze itens que manifestam a inconveniência de fomentar o alcoolismo. Como bispo de Joinville (SC), D. Orlando Brandes (hoje Arcebispo de Londrina, PR) escreveu uma Carta aos seus diocesanos pela qual condena o uso de bebidas alcoólicas nas festas da igreja. O texto chegou a PR via Internet. Dado o alto valor desse documento, transcrevemo-lo a seguir.

O USO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS NAS FESTAS DE IGREJA
O alcoolismo é uma doença. É a primeira e a mais consumida de todas as drogas. É alarmante o índice de jovens, mulheres e adultos dependentes do álcool. Mortes no trânsito, violência familiar, infidelidade conjugal e doenças derivantes do álcool, são conseqüências negativas do hábito ou da dependência de bebidas alcoólicas. Grande parte do setor de ortopedia dos hospitais, é ocupada por acidentados alcoolizados. Os gastos públicos são astronômicos, e poderiam ser evitados se houvesse mais conscientização.
As escolas e estádios proibiram o uso de álcool em suas festas. A CNBB promoveu e apoiou a Pastoral da Sobriedade e coordenou a Campanha da Fraternidade "Vida Sim, Drogas Não". No texto-base está dito pela CNBB: "A pior das drogas é o alcoolismo". Não podemos em nossas festas lucrar com dinheiro da pior das drogas e com festas mundanas, eu levam o nome de "festa de Igreja".
Depois de três anos de conscientização, através de reuniões, assembléias pastorais, conselhos de pastoral e o aval do clero, A Assembléia Diocesana de Pastoral votou unanimemente em favor das festas sem álcool. Doze razões foram elencadas em carta enviada às comunidades para aprofundamento da questão. Eis os doze pontos:

1) O alcoolismo é uma doença. Nós somos pela defesa da vida, da saúde e da boa convivência humana. O quinto mandamento da lei de Deus manda: "Não matarás". O álcool mata o alcoólatra e muitas vezes ele mata os irmãos em casa, nas festas, no trânsito e nas brigas.

2) O alcoolismo já está atingindo a juventude, as mulheres e também pessoas da Igreja. Não podemos continuar dando mau exemplo em nossas Igrejas e colaborar com o prejuízo das pessoas.

3) Temos na CNBB e nas Dioceses a Pastoral da Sobriedade. Na diocese de Joinville, temos a Pastoral Antialcoólica. Permitir bebidas nas festas é um contra-testemunho e uma contradição com estas Pastorais.

4) Não somos contra festas. Pelo contrário; o que queremos é que nossas festas sejam verdadeiramente religiosas, sadias, agradáveis, num espírito de família e de boa convivência. Nos lugares onde foram tiradas as bebidas alcoólicas, as festas melhoraram em tudo.

5) Para tirar as bebidas alcoólicas, é preciso implantar bem o dízimo nas comunidades. Onde o Dízimo é bem organizado, melhorou em muito o lado econômico da comunidade e pode-se então abolir as bebidas alcoólicas das festas sem prejuízo financeiro. O segredo está na boa implantação da Pastoral do Dízimo.

6) As festas com bebidas alcoólicas, mais a contratação de músicos, cantores e conjuntos musicais, acabam sendo muito dispendiosas. E a maior parte do lucro não fica na comunidade. Não podemos mais continuar apoiando coisas do mundo, nas festas religiosas. "Detesto vossas festas, tornaram-se uma carga que não suporto mais" (Is 1, 14).

7) O povo e a comunidade, aprovam a abolição das bebidas alcoólicas em nossas festas. Quem ainda quer fazer festa com bebidas alcoólicas são as lideranças mais antigas, que não conhecem as novas experiências, de festas sem álcool. Algumas vezes pessoas da Igreja também não estão ainda bem convencidas no assunto. Geralmente quem bebe, são pessoas que não freqüentam a comunidade. Elas aparecem nas festas, depois não participam da comunidade.

8) As Paróquias e comunidades que já tiraram as bebidas alcoólicas de suas festas, começaram primeiro conscientizando a comunidade, e paralelamente implantaram a Pastoral do Dízimo. Algumas fizeram uma votação, ou melhor, um plebiscito. Tudo deu certo. O povo está feliz, e as finanças aumentaram, sem as bebidas alcoólicas nas festas.

9) Tirando as bebidas alcoólicas, estamos dando bom exemplo para outras religiões, colaborando com a saúde pública, sendo coerentes com nossa fé e nossas Pastorais.

10) Após alguns anos de conscientização, a Assembleia Diocesana de Pastoral, em 2005 votou pela abolição de bebidas alcoólicas em festas de Igreja. Padres e lideranças, devem dar oportunidade de conscientização da comunidade sobre este assunto.

11) "Não vos embriagueis, mas enchei-vos do Espírito" (Ef 5, 18). A experiência tem mostrado que suco de uva e outras bebidas substituem as bebidas alcoólicas. Para maior clareza, decidimos que, se alguém aluga salões da Igreja para casamentos e outros encontros, consideramos que tais festas não são promoção da Igreja e por isso o uso de bebidas alcoólicas é da responsabilidade dos encarregados da festa.

12)Percebemos também que nas comunidades onde o pároco assume a responsabilidade de tirar as bebidas alcoólicas, o povo aceita e as lideranças se rendem. Onde o Padre fica neutro ou é contra, é quase impossível a mudança do hábito.

sábado, 30 de junho de 2012

OS DOIS TIPOS DE FERMENTO

Jesus usou a comparação do fermento para falar de duas realidades distintas:

O Reino dos Céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa” (Mt 13,33).

Guardai-vos com cuidado do fermento dos fariseus e saduceus. Então entenderam que não dissera que se guardassem do fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus” (Mt 16,6.12).

Afinal de contas, o que o fermento pode nos ensinar?

O fermento biológico se chama Saccharomyces cerevisiae e é um tipo de FUNGO que exerce a função de LEVEDURA (do latim levare = crescer, fazer crescer) na massa do pão. Mas por que e como o fermento faz a massa crescer?

O grande cientista Louis Pasteur disse que a "fermentação é vida sem oxigênio".

A principal função do fermento é produzir CO2 (gás carbônico) para expandir a massa. Não é um processo simples, são varias etapas e reações que se sucedem. Resumidamente, a levedura através de suas enzimas invertase e zimase, em contato com os açucares contidos na massa, provocam um processo chamado glicólise,  gerando o ácido pirúvico e liberando etanol e um gás (dióxido de carbono) que vai provocar "bolhas" na massa, aumentando assim seu volume. Tudo isso acontece silenciosamente.

Portanto, a fermentação tem a capacidade de aumentar o volume, criar espaço onde não havia espaço. Esse fungo microscópico é capaz de TRANSFORMAR a massa! Por isso Jesus nos apresenta dois tipos de fermentos: o fermento do Reino dos Céus e o fermento dos fariseus. Ambos são capazes de transformar. Um transforma a massa para Deus e nos aproxima da vida eterna e o outro transforma a massa para a hipocrisia e nos afasta de Deus.

O que impressiona e assusta na fermentação é o fato do momento decisivo ser o da "mistura", pois basta misturar o fermento na massa e ele faz o resto. Essa regra vale para o fermento do Reino de Deus, mas infelizmente também vale para o fermento do mundo. A mistura define o futuro da massa. Assim também as opções que fazemos com nosso livre arbítrio decidem o futuro de nossas vidas. Por isso Jesus nos recomenda cuidado.

Vivemos tempos difíceis, onde os meios de comunicação fermentam nas famílias, nas crianças e nos jovens uma mentalidade e uma cultura de morte totalmente contrária aos valores do Evangelho. Isso é muito grave, pois após a mistura iniciam-se silenciosamente as reações químicas que nos levam a conceber um mundo sem Deus. O gás produzido pelo fermento do mundo é o "gás do relativismo", onde "tudo pode" e "tudo depende". Assim cresce o número de batizados que se afastam da Igreja ou que passam a encará-la como uma mera e eventual possibilidade religiosa.

Existem alguns programas televisivos que concentram grande quantidade desse "fermento do relativismo": são as novelas e os realitys shows . Através desses programas, somos  levedados e fermentados com uma mentalidade contrária ao Evangelho. Muitos defendem a ideia de que o cristão deve ser capaz de assistir a tudo sem se deixar levar pela mensagem do programa. Quem defende essa postura ignora o silencioso poder da fermentação!

Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) comprovam que o suicídio aumentou 60% nos últimos 45 anos. No Brasil estima-se que ocorram 24 suicídios por dia. Sendo que para cada suicídio cometido temos a proporção de 20 tentativas frustradas. E tudo isso ocorre de maneira silenciosa... É fato que as pessoas estão "mentalmente fermentadas" por valores de uma cultura de morte, que exclui o princípio da vida, que é Deus. Disse Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14,6). Se não se percorre esse caminho nem se crê nessa verdade, não alcançamos a vida! Mas o que fazermos? Será que tem jeito?


O próprio Jesus nos ensina usando a mesma comparação do fermento. Precisamos do FERMENTO DO REINO para levedar e transformar a sociedade. Na Carta aos Romanos temos a receita infalível :

"Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito" (Rm 12,1-2)


A receita é justamente oferecer a Deus nossa própria vida como se fosse uma "massa de pão" a fim de que o fermento do Reino dos Céus nos transforme. Não podemos transformar ninguém, mas podemos e devemos nos deixar transformar pelo Evangelho! Nós somos a massa! Ainda que todos digam não ao projeto de amor de Deus, você pode dizer sim! A santidade está ao nosso alcance na medida em que permitimos que o Espírito Santo nos santifique, nos transforme e nos faça crescer na graça de Deus.

Assim como o gás carbônico faz crescer a massa do pão, o Espírito de Deus nos faz crescer nas virtudes, na vida sacramental, na oração, nas obras de caridades, etc. Veja que não é mérito da massa, é obra das enzimas do fermento. Por isso, não devemos nos orgulhar de nossas boas obras, elas são resultado da graça de Deus em nós. No entanto, devemos nos preocupar se a massa não estiver crescendo, se não estivermos progredindo na fé ou se nossa vida de oração estiver minguando... Pode ser que o fermento  de Deus tenha acabado em nossas vidas. E quando isso acontece é hora de voltarmos à Palavra de Deus, de voltarmos à Igreja, de procurarmos o sacerdote e fazermos uma boa confissão.

É como se fosse aquela brincadeira de criança chamada "cabo de guerra": ou você puxa ou é puxado! Não existe meio termo. Quem tenta ficar parado, é arrastado e cai num segundo. Portanto, ou você está crescendo na fé ou está minguando e crescendo na vida de pecado. Ou você "puxa para Deus" ou é violentamente "puxado para o Inferno". Alguns dirão "que exagero!" Infelizmente quem pensa assim já está sob o efeito das enzimas do relativismo que fazem crescer o orgulho, a autossuficiência e uma pretensa ideia de liberdade e maturidade.

Mas Jesus disse: "O Reino dos Céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa" (Mt 13,33).

Benditas mãos desta mulher! Bendita seja aquela que tomou coragem e misturou o fermento na massa! Essa mulher é a Virgem Maria! Ela permitiu por primeiro que sua própria vida fosse fermentada pela Palavra Eterna. Foi em seu ventre que Jesus, o fermento do Pai, cresceu, transformou-se e lhe transformou. E é através dela, que nós, seus filhos, devemos aprender a romper com o mundo e a optarmos radicalmente pela vontade de Deus: "Faça em mim segundo a vossa palavra" (Lc 1,38).

É por isso que ela se apressa em misturar esse mesmo fermento em nossas vidas. E isso acontece quando nos consagramos à Virgem Maria. Com ela tudo começa a mudar silenciosamente, como silenciosa foi sua vida. No silêncio de Maria foi fermentado o mais puro amor e a mais firme fé e esperança, de tal forma que aos pés da Cruz podemos contemplar o quanto Deus foi capaz de torná-la grande!


Não se conformar com este mundo significa guardar-se do fermento do pecado. Significa não permitir que misturem em nós aquilo que não pertence à mentalidade do Evangelho e aos ensinamentos da Igreja Católica. No Sermão da Montanha encontramos uma palavra muito dura de Jesus: "não atireis aos porcos as vossas pérolas" (Mt 7,6). Isso nos lembra uma dito popular que diz: quem com porcos se mistura, farelo come. O filho pródigo desejou comer a lavagem dos porcos (Cf Lc 15,16), mas nem isso lhe deram, por isso decidiu voltar à casa do Pai.


Peçamos a Virgem Maria, aquela que é a "cheia de graça" (Cf 1,28), que nos ajude a vivermos uma vida em Deus, sendo fermentados pela graça de Deus, e a progredirmos sempre na fé. Como seria bom que se atingíssemos, como diz São Paulo, "o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo" (Cf Ef 4,13), a fim de que "pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a Cabeça, Cristo" (Ef 4,15).


Nossa Senhora de Caná, rogai por nós, que sempre precisamos de Vós!

Vinícius da Silva Paiva
Comunidade Católica Servos de Caná