domingo, 18 de julho de 2010

Lúcifer e Maria

Certa vez perguntaram ao Pe. José Antonio: “Qual foi a criatura mais sublime criada por Deus: A Virgem ou Lúcifer?”. A resposta é ao mesmo tempo uma súmula de teologia e um estímulo para a devoção a Mariana.
Antes de qualquer coisa vamos precisar os termos. Nesta questão consideraremos que Lúcifer (que significa Estrela da manhã) é o nome do Diabo antes de ser precipitado do céu. Faço este esclarecimento de termos porque ainda que Lúcifer seja considerado por quase todos os teólogos como um sinônimo de Satanás, segundo alguns (teólogos) é um demônio diferente de Satanás. Também consideramos que seja sabido de todos que Lúcifer era o anjo de mais alta natureza criada por Deus. Feitos estes esclarecimentos, voltemos à pergunta inicial.
É preciso dizer que a natureza mais sublime criada por Deus foi a de Lúcifer. A Virgem se santificou dia após dia, com esforço. Ela, com seu sacrifício e suas obras – e com a Graça de Deus – conseguiu ser a Criatura mais elevada (mais sublime). Porém sua sublimidade não foi um ato criador de Deus, mas sim um ato de santificação . Enquanto a mais alta natureza que Deus criou, foi a mais alta das criaturas angélicas. Deus criou Lúcifer magnífico em sua natureza, e ele se corrompeu. (Cf. Isaias 14,12-15) Deus criou Maria humilde em sua natureza, inferior aos anjos, mera mulher, e ela se santificou com auxílio da Graça de Deus. Como se pode ver, há um grande paralelismo entre ambas as figuras, mas é um paralelismo inverso:
- um é a criatura mais perfeita por natureza, a outra por Graça,
- um se corrompe, outra se santifica,
- um quer ser rei e não servir, e ao final não é nada
- ela quer ser nada e servir, e ao final é Rainha!
Além disso, até mesmo nos nomes há outro paralelo entre a Estrela da Manhã Angélica (Lúcifer) e a Estrela da Manhã da Redenção (Maria).
A primeira estrela caiu do firmamento angélico, a segunda estrela foi elevada.
A primeira estrela que era espírito caiu na terra, a segunda estrela – que era corporal – foi assunta aos céus!
Lúcifer não quis aceitar o Filho de Deus feito homem, a Virgem não apenas O aceitou como também O acolheu em seu seio.
Lúcifer era um ser espiritual que finalmente se fez pior do que um animal (sem deixar de ser espiritual), Ela (Maria) era um ser material que finalmente se fez superior aos anjos (sem deixar de ser material).
Lúcifer se ‘animalizou’, Maria se espiritualizou.
Portanto há apenas uma única estrela da manhã que é a Virgem. Além do fato de que a primeira estrela caiu, a segunda estrela da manhã brilhou inclusive com a luz da Graça muito mais bela e intensa que a primeira estrela, que brilhou apenas com a luz da sua natureza.
Honremos e amemos a Santíssima Mãe do Redentor. Mãe da Igreja e Serva fiel do Altíssimo.
Totus tuus ego sum, et omnia mea tua sunt.
Pe. Delton Filho

quarta-feira, 14 de julho de 2010


Maria
Medianeira de todas as graças


O título acima é uma afrimação dos Santos Padres e Doutores. São Bernardo, (+1153) disse: "Deus quis que recebamos tudo por Maria". São Luiz de Montfort afirma: "Deus Pai ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as graças e denominou-as Maria". São Luiz diz ainda que "Jesus a fez tesoureira de tudo que seu Pai Lhe deu em herança; e é por ela que Ele aplica Seus méritos aos membros do Corpo Mísitco, que comunica Suas virtudes, e distribui Suas graças; é ela o canal misterioso, o aqueduto por que passam abundante e docemente Suas misericórdias. Deus Espírito Santo comunicou a Maria, Sua fiel Esposa, Seus dons inefáveis, escolhendo-a para dispensadora de tudo que Ele possui. Deste modo ela distribui Seus dons e Suas graças a quem quer, e dom nenhum é concedido aos homens que não passe por suas mãos virginais. Tal é a vontade de Deus, que tudo tenhamos de suas mãos virginais. Tal é a vontade de Deus, que tudo tenhamos por Maria, e assim será enriquecida, elevada e honrada pelo Altíssimo aquela que em toda a vida quis ser pobre, humile e escondida até o nada" (Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Santíssima, n. 23-25).
Foi por Maria que Jesus quis agir. Disse o Papa João Paulo II que "Maria foi a que mais cooperou com a obra da Redenção". Por Maria Ele se encarnou; pela palavra de Maria santificou São João Batista, Seu precursor, no seio de Isabel. Foi por Maria que Ele, nas núpcias de Caná (Jo 2,1-11), mudou "seiscentos" litros de água em vinho da melhor qualidade, Seu primeiro milagre. Se a maior de todas as graças que recebemos de deus Pai, Jesus Cristo, veio a nós por meio de Maria, como então todas as outras graças menores chegariam a nós, senão por ela, perguntam os santos? Se Deus nos abriu essa Avenida larga e bela que é Maria, para que por ela Seu amado Filho chegasse a nós, é lógico que tudo o mais nos venha por Maria. Dizem os santos que é para exaltá-la de modo extraordinário que Deus determinou que por suas mãos hajam de passar e sejam concedidas todas as graças dispensadas a nós. Não que Deus não possa mandar-nos Suas graças sem que seja pelas mãos de Maria; apenas Ele não o quer. É o que ensina Santo Afonso e muitos outros santos padres e doutores (Glórias de Maria, p 114).
Tornou-se célebre a frase: "O que Deus pode, mandando, Maria pode, rogando". É a "onipotência suplicante", como dizia São Bernardo: "Se tu não mereces a graça solicitada a Deus, bem a merece Maria que por ela se empenhará". "Com todas as fibras do coração, com todos os sentimentos de nossas entranhas, com todo nosso ardor, veneremos Maria, pois esta é a vontade daquele que quer que tenhamos tudo por Maria".
Professor Felipe Aquino
(O texto acima foi extraída da Revista Canção Nova, edição de 03/2010)

NOSSA SENHORA DE CANÁ, ROGAI POR NÓS SEMPRE QUE PRECISAMOS DE VÓS!